segunda-feira, 9 de novembro de 2009

um pouco em demasia

fingia que não sentia
entrava
o outro saía
transformava lixo em poesia

quebrava objetos
sentimentos
expectativas
buscava uma lente de aumento
outra perspectiva
não sentia sequer um frio na barriga
e o após era apenas contradição...

entrava no inferno
perdia o chão
voltava atrás
sem sincronia
mas sabia que um dia
estaria em paz

um pouco

talvez fora de compasso
sabia que sim
o que sentia era falso
um tanto incompleta
à espera do fim

e as linhas discretas
sugavam a mim...

um pouco incerta
perdi a razão
troquei de pessoa
de opinião
quebrei a partida
voltei à saída
logo na entrada
eu já percebia
que sim
eu sentia
um pouco em demasia
por fim
eu morria
nascia
por dentro
por fora
só vento

um ar
fantasia...

o limiar entre a loucura e a sanidade
o meiotermo entre a cura e a saudade
a linha tênue entre a ira e a melancolia
no limite da mentira
um pouco em demasia.

2 comentários:

  1. tão simplesmente complexa que chega a confundir quando se acha que entendeu.
    Como sempre muito bom.
    Parece que enche o copo até a borda e passa sempre um pouco sem derramar.
    Fica no limiar de parecer louca.... E ainda sim, mantem alguma razão.
    Mesmo que só aparente.

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