quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ex-piração

Distorcida é a imagem
Que eu costumo fazer dela
Ela é dama, devassa, vulgar, esquisita e tem pitadas de donzela
E ao mesmo tempo, é claro, de versátil ela tem tudo
Muda da água para o vinho
Do funil para o canudo
Às vezes no fundo do poço, outras no cume da colina
Agradam-lhe as aventuras, os prazeres líquidos e um
Muito de adrenalina
Uma bela montanha-russa, se é que posso assim chamar
Ela acredita em energia, nas forças
Da água, do fogo, da terra e do ar
Tem um lado todo sensível, com tranca de ferro, cadeado e portão
De amostra grátis tem a parte bruta
Aberta em público e exposição
Do boxe foi pra ioga
Queria técnicas de respiração
Buscava o alfa, entrar em transe
E um tanto quanto de inspiração
Surgiu um pouco de efeito e
Como sempre, intensidade total
Após seis meses ela acharia um defeito
E pularia do início para a etapa final
Fugaz e instável, ela baixou a guarda
É muito fácil pra quem é tudo
no outro segundo virar nada
Seguiu avoada... Tendo espasmos de piração
Não queria ouvir mais nada nem a cabeça ou o maldito coração
Para tudo, ela quer descer
Não se engane, logo passa
Mal-estar de curta temporada
Ou até o dia seguinte amanhecer
Ela sempre foi assim mesmo
Ora plebeia, ora rainha
Alter-ego em eterna inconstância
Um processo contínuo sem eira nem beira
Como ela mesmo dizia
É uma fase passageira
Deveras piegas, mas cruelmente real
A razão tornou-se a maneira
De atrair a emoção para o passional
Hoje em dia ela anda um pouco mais calma
Tenta lidar com o ego, com a mente, o corpo e alma
A imagem que eu tinha mudou em
Pequenos detalhes, mas creio de fato
Que ela ainda não aprendeu

.
Volta e meia me pergunto:
Será coincidência se uma
Daquelas imagens for eu?

2 comentários:

  1. Muito tu em cada virgula.
    Cada ponto final é o inicio de uma linha da tua descrição.
    Parece um raio x...
    Se não for não sei, mas que soa como se fosse tu... sim soa.

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