sexta-feira, 10 de maio de 2013

CADEIA

tudo assim meio fechado
até você me libertar

tentei não me prender
e você não se entregar

uma pena muito tarde
alguém vai policiar?

é você o algemado
ou prefere me algemar?

sábado, 10 de novembro de 2012

CAOS

Quando houver
Sentimento
Explicação e sentido

Quando restar
Argumento
Paixão e libido

Quando o silêncio é alto
As vozes se calam
O riso sumiu

Quando o calor evapora
O tédio aflora
O desejo insistiu

Quando esqueceu
O que era
O que é
E passou

Quando lembrar
O que resta
O que foi
E marcou

Quando existirem
Razões
Pra esquecer
O passado

Quando existirem
Perdões
Pra apagar
O errado

Quando voltar
O que vive
E por hora
Morreu

Quando existir
Equilíbrio...

É seu
E não meu.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Diário de um Alter Ego

A gente quer quando não pode
Quando pode consegue ter
Quando tem a gente foge
Ou então não quer mais saber

Finge que não se importa
Esquece como agir
E logo abre uma porta
A espera do outro partir

Volta ao mais do mesmo
Perde toda a razão
Segue sem rumo a esmo
Alterna entre o sim e o não

Sem fuga muda de ideia
Cria um mundo imaginário
De si é a própria plateia
E a escrita de um outro diário

Será eu que não me entrego
Ou são nós que não conseguem se abrir
Preso em mim um alterego
Que reparte ao se decidir.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Linha Tênue

Eu peço desculpas.
Por estar presente nos teus pensamentos dia após dia.
E sinto saudades.
De tudo aquilo que não vivemos
e tudo aquilo que nunca aconteceu.
Aprendi a respeitar.
Respeitar a solidão que existe em você.
Sei que você é superior.
Superior na arte do fracasso.
Quero te agradecer.
Agradeço por estar longe e
cada vez mais longe da minha vida.
E não te desejo o mal.
Pois o seu mal estar será eterno.
Acredito em tudo o que passou
e principalmente no nada.
Que restou.
Eu espero que você descanse em paz.
Enquanto estiver vivo.
Nosso reencontro vai chegar.
Entre pensamentos, pesadelos
ou até a hora de acordar.

E acima de tudo
Eu amo.
Amo muito o fato de jamais
conseguir te amar. (...)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Amor de vidro

O amor não exige alta frequência nem alta fidelidade
Exige sim alta urgência de entrega e cumplicidade
O amor não se pede, não se escolhe, nem se justifica
Amor de verdade se entende, acontece e não se explica

O amor na linha tênue com a paixão:
Confunde, espera e desarma...
Todas as defesas da mente, do corpo, alma ou suposto coração.

O amor não paga conta, empobrece ou enriquece a quem ama
O amor desmonta, enobrece e [des]engana
Amor real é incolor, transparente, passageiro ou infinito
O amor pode ser ódio, perdão, posse ou conflito

Amor em excesso não encobre os erros, as falhas, as mentiras
Amor em demasia causa dor, angústia e desarmonia
Amor condicional é um amor condicionado
É aquele amor colateral, pois já nasce envenenado

O amor é a regra, a exceção, a mania
Amor não tem pudor, valor ou escolha só por um dia
Amor é puro, eterno, sem hora pra acabar
Amor traz a cura, pára o tempo e também pode matar

O amor é confiança, uma lembrança ou despedida
Amor estréia
Na platéia
Quando a entrega é dividida

Dividir o amor em fatias
Sempre alguém ficará com fome
Amor é tato, abstrato, sem pronome
Pronome possessivo
Para o amor é sufocante
O amor não se despede... é o depois, o antes e o durante

Amor trancado no peito, só aumenta sem cessar
Amor é ter respeito, desejo e segurança para amar
Amor
Uma bomba relógio que explode a toda hora
Amor não vem com pressa, resiste, insiste, demora

Quem sabe um amor de vidro
Transparente, incolor e impermeável
Permite enxergar tudo, sentir o real amor durável
O amor de vidro é sólido, inerte e resistente
No entanto é muito frágil, quebra e corta se o amor pressente...

Que talvez a solidez
um dia se transformará em farelos
restos de cacos trincados
O amor é como o vidro...
[Futuro, presente ausente ou passado]
degrada a partir de tempo indeterminado.

terça-feira, 30 de março de 2010

desconcertante

Sobras e restos que me presto a entender

Sobras suas restam dentro do meu ser
Sobras que me arrastam para tanto te manter
Eu poderia me deitar contigo no teto
ter itinerários tortos soltos e retos
Percorreria caminhos longos de estreita estrada
partiria contigo para o tudo o mundo ou o nada
Desejaria que você fosse apenas
um filme trash na minha vida real
somente um personagem montado
pura arte original
Acreditaria em falácias
talvez em pequenas verdades
te incendiaria por dentro
tua alma e tuas vontades
Testo teu limite
meu limite
e te apago

Volta [só] por um dia
me conserta
e eu te estrago
(...)

desconcertante II

Entrelinhas tão difíceis de reler

Entre as linhas que nos juntam sem tecer
Cordas que te soltam entre nós
Ao me rever
Eu poderia voltar ao que era antes
Prever o futuro
Quebrar o durante
Transformaria tudo em um conto
Talvez na mesma essência
Quem sabe os nossos encontros
Fossem mais que coincidência
Teria dosagens plenas
Meras pequenas medidas
O efeito seria apenas
Breves novas recaídas
Seria um pouco mais calma
Só por pura vaidade
Apagaria o fogo da tua alma
Sem a fúria da vontade

Testei o teu limite

Você volta
Após partir
Tenta abrir meu apetite
Por enquanto
Vou dormir
(...)