quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Um ar

Faltou consistência
um pouco da tua essência
num sentido horizontal
Me doei por partes
uma em cada metade
numa linha desigual
Eu sinto...
Sinto muito a tua falta
um pedaço de ti me assalta
furta rouba e suga o que resta em mim
Um pouco de ti me assusta e me ajuda
na busca absoluta
que aprendi vivendo assim...
Eu te sinto nos retratos
o teu gosto, o teu tato
que me prende e não solta
Eu fujo do início
me perco no meio
e esqueço por onde se volta
Subliminar
tento te intimidar
tento em ti me dar
sublime no ar...
Eu sinto muito
não agi como o esperado
sinto aos poucos
sinto muito o passado
aguça todos meus sentidos
Te sinto por tudo
nos sabores, temperos e perfumes
nos silêncios reprimidos
Perdi o bom-senso
te queimo como incenso
e aceito a fluidez
a fumaça vazia que
desmancha, deslancha
envenena, desanda
perdi a vez
Eu sinto e sinto muito
o que não foi
o que já foi
e o depois
Nas paredes
entre versos
nos recados
em desejos
desvendados
Eu te sinto
tanto assim
Me aquece em fogo brando
não me deixa esfriar...
Sinto muito entre os cantos
teu encanto está no ar
só um ar.

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