segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Inviolável

Se você tentar percebê-la, não vai encontrá-la.
Ela sempre esteve ali de uma forma quase ausente.
Fria como as fases da lua, sem que o sol pudesse
tocá-la em seus dias mais quentes.
Se você escutar, talvez a ouça sorrir ou gritar
em um tom quase mudo.
Ela muda.
Quase sempre, durante o dia ou agora.
Os dias não passam despercebidos para quem
a vê de fora.
E o tempo... ficou sem sentido.
Quantos quilos ela já perdeu?
Quantos cigarros deixou para depois?
Quantas máscaras usou e o quanto
de si ocultou?
Se ela se apaixona, é mentira.
Se ela diz que perdeu a noite, é verdade.
Se ela diz que o mundo dá voltas...
Talvez você a entenda melhor de longe
do que aqueles que estão por perto.
Se você sumir, não importa.
Se ela some, não volta.
Se seu poder é grande, só ela não sabe,
porque, se acreditar, vai embora.

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