domingo, 25 de outubro de 2009

Boa Sorte

Desejo boa sorte
e um pedido de morte

Desejo apenas
dormir e acordar curada
sem memória
sem saudade enraizada
da história que passa

Mas volto a sentir
quero a morte simples
sem volta
sem precisar me despedir

Eu só peço por favor a morte
do que insiste em viver aqui dentro
e peço sorte
para que jamais volte
que voe longe com o vento

Desejo o silêncio eterno
o fim da respiração de tudo
seja no céu ou no inferno
desejo toda a sorte do mundo

Quero a sorte infinita
e a morte natural
somente do que for renascer
Quero me livrar de sentimentos parasitas
com o poder da eutanásia sem doer

Eu almejo por agora
sorte plena
de dentro para fora
morte amena sem demora

Matar de vez o que eu sinto
E sim ser imediatista
Matar os personagens
cenas falsas
pseudo-artistas

Matar aquilo que vive ausente
o passado
o presente

Matar de verdade
a vontade
a mania
a saudade
os erros

Boa sorte e bom dia
quando eu acordar curada no enterro

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